Amamentar bebês com fissuras labiopalatinas é possível ou não? Entenda de uma vez por todas!

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Uma em cada 650 crianças nascem com fissuras labiopalatinas no Brasil. Uma deformidade que pode parecer rara, mas que na realidade, é bastante comum e afeta mais bebês do que muitos imaginam.

Essa anomalia pode ser diagnosticada ainda na gestação e quando isso acontece, algumas preocupações começam a surgir na cabeça dos pais. Isso afetará a inteligência do paciente? Não. A criança terá uma vida normal? Sim. Como amamentar um bebê com fissuras nos lábios e palato?

Essas são as três questões mais feitas dentro dos consultórios pelos responsáveis que tomam conhecimento da deformidade. Como vimos, não é uma situação tão grave quanto parece e pode ser revertida nos primeiros anos de vida do bebê.

A questão da amamentação é delicada para muitas mães que sonham com este momento. Fendas labiopalatinas são fissuras nos lábios e/ou céu da boca e por isso, podem sim afetar a forma de alimentação da criança.

Estas anomalias impossibilitam o aleitamento materno, pois interferem muito diretamente na pressão intra-oral, que é fundamental para que a criança possa sugar com efetividade o leite materno.

Porém, a criança pode e deve ser alimentada com leite materno ordenhado ou com fórmula prescrita pelo pediatra através de mamadeiras comuns. 

Explicaremos ao longo deste conteúdo as melhores posições e adaptações para estas situações. Antes, abordaremos o que são essas fissuras, para então entender como isso afetará as crianças e a alimentação delas.

A seguir, também ficará sabendo tudo que precisa sobre o tratamento dessas anomalias congênitas. Como mencionamos, são situações reversíveis e com os procedimentos corretos, é possível reabilitar o paciente em 100%. Confira.

O que são fissuras lábio palatinas?

São deformidades congênitas, ou seja, que se desenvolvem ainda na gestação. Se dão por aberturas nos lábios e palato, popularmente conhecido como céu da boca. As causas podem ser diversas, como explicaremos a seguir, mas como isso acontece é uma questão para muitas pessoas. Entenda.

É uma anomalia estabelecida no período embrionário, geralmente entre a 4ª e a 12ª semanas de gestação. Isso porque, nos primeiros meses de gravidez, algumas suturas estão separadas para facilitar o desenvolvimento da criança, como as do palato, por exemplo.

Ao longo dos meses, geralmente, essas suturas se fecham, proporcionando a formação normal da face. Quando essa fusão não acontece e esses elementos permanecem separados, o bebê nasce com as fissuras.

Podem ser de diversos tamanhos, só uma abertura ou acometer em mais quantidades e localizações diferentes. Então, fissuras labiopalatinas são aberturas nessas regiões da face que acontecem por uma malformação durante a gestação.

Como afeta a vida da criança?

É verdade que essas anomalias afetam a qualidade de vida dos bebês, mesmo que de forma temporária. Vale ressaltar que são fissuras isoladas na região bucal e por isso não afetam o sistema neurológico do paciente.

As possíveis implicações dessas deformidades são alteração na fala, arcada dentária, mordida e dificuldade na alimentação. Todas essas situações são revertidas ao longo do tratamento multidisciplinar.

Também são implicações que podem ser contornadas até que os procedimentos sejam feitos e a criança consegue se alimentar e falar – como veremos a seguir.

Como amamentar crianças fissuradas?

Não é possível amamentar bebês com fissuras labiopalatinas. Algumas recomendações são muito importantes para que a criança possa mamar na mamadeira, sem prejudicar outras questões : uma delas é a higienização do nariz antes e depois de cada mamada, e também a conscientização dos responsáveis de que estas crianças demorarão um tempo maior durante cada alimentação quando comparado aos bebês sem fendas labiopalatinas.

É recomendado também que o paciente fique na posição mais vertical possível ou semi sentado durante a sucção, para evitar refluxo de leite pelas narinas.  

Nas situações mais difíceis, existem alguns adaptadores e bicos de mamadeira próprios para estes casos. Mas como mencionamos, é preciso seguir as orientações dos médicos e usar esses recursos apenas quando muito necessário.

Tratamentos e possíveis causas

O tratamento é longo, podendo chegar até os 18 anos de vida do paciente. Entretanto, logo nos primeiros meses ou anos do bebê, é possível realizar os procedimentos cirúrgicos que minimizam as fissuras e recuperam a região afetada.

Dependendo da gravidade e do caso, é preciso de diversas cirurgias ao longo do tratamento. Vale ressaltar que o foco do tratamento multidisciplinar é recuperar as funções da face da criança. A questão estética é mais delicada já que não é possível garantir em todos os casos uma reabilitação completa pós operatória.

É um tratamento multidisciplinar, como profissionais de diversas áreas, como cirurgiões, fonoaudiólogas, psicólogos, psicopedagogos, entre outras diversas. Todo este acompanhamento é para recuperar todos os aspectos da criança.

Ou seja, para minimizar os possíveis efeitos negativos dessas deformidades. As causas podem ser diversas e geralmente se dá pela combinação de uma predisposição genética a fatores externos.

Alguns exemplos são consumo de bebidas e componentes químicos na gravidez, exposição à radiação ou contato com doenças infecciosas. Ainda pode acontecer por variações hormonais também.