Como a educação financeira pode melhorar a qualidade de vida?

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Desde muito pequenos aprendemos sobre a existência do dinheiro e com o passar dos anos passamos a entender também o seu valor dentro do mundo em que vivemos. Mas será que realmente sabemos lidar com ele e estamos utilizando-o da melhor forma? compreendemos mesmo a dinâmica em que o dinheiro opera? 

Esses questionamentos são primordiais para quem deseja saber o que é educação financeira e como ela pode ajudar a mudar o padrão e a qualidade de vida das pessoas.

O conceito de qualidade de vida pode ser considerado subjetivo, para algumas pessoas, ter qualidade de vida está diretamente relacionado à quantidade de dinheiro ou riquezas que um indivíduo acumula durante os seus anos de vida; é certo que o dinheiro pode sim oferecer muitos prazeres e suprir muitas necessidades, como garantir uma boa educação, saúde e segurança para uma família, por exemplo. 

Para outras pessoas, qualidade de vida pode estar relacionada em não se tornar um alvo dependente de seus próprios capitais e sim valorizar outros aspectos presentes no dia-a-dia, como ter boas relações de amizade, ter bons valores e tempo de qualidade com as pessoas que amamos, adquirir experiências de vida e poder transferir esses aprendizados às próximas gerações; qualidade de vida também pode ter outras interpretações, variando sempre de pessoa para pessoa. 

O que muitas pessoas não sabem é que mesmo evitando de muitos modos ser refém do dinheiro, é praticamente impossível viver nesse grande sistema em que vivemos hoje e ter um bem-estar mínimo sem ele. 

E uma das melhores saídas para lidar com esse conflito é buscar a educação financeira e as diversas maneiras que ela traz de lidar com esse protagonista da sociedade como ele pode influenciar diretamente na qualidade de vida das pessoas.

O que é educação financeira?

O conceito de educação financeira ultrapassa a ideia de apenas saber como economizar o seu dinheiro. Consiste em práticas para trazer o máximo de qualidade de vida, durante os anos da trajetória de uma pessoa. 

Ela ensina a elaborar um planejamento financeiro que visa priorizar a estabilidade e o alcance de objetivos pessoais.

Enquanto algumas pessoas conseguem dominar o seu dinheiro e têm mais consciência do que fazer com ele, outras ainda não aprenderam a lidar. E a educação financeira é a melhor opção para ter controle sobre as suas finanças.

Mas não é só isso, esta vertente envolve outros fatores, como exemplo temos os fatores emocionais, que são considerados um dos principais e podem refletir diretamente na forma como cada indivíduo manipula seu dinheiro; muitas vezes se questionar se a compra ou aquisição de determinado produto ou serviço é realmente necessária em um momento específico, pode ser a melhor resolução para manter o controle de gastos, possibilitando um planejamento mais firme para com as finanças.

Como me organizar financeiramente?

É claro que a forma mais conhecida de ter conhecimento sobre a quantidade de dinheiro que se tem e se deseja ter, é monitorando, analisando e cortando gastos desnecessários. Com essa organização de gastos, a pessoa enxerga com facilidade o fluxo do seu orçamento mensal e anual.

O objetivo desse método é sempre registrar todas as receitas e as despesas também, entregando o controle total nas mãos de seu dono. 

Por meio desta informação, torna- se extremamente mais fácil entender se o que se gasta é completamente compatível com a sua renda e onde está concentrado a maioria das suas despesas. Traçando assim um caminho para dar os primeiros passos em direção à organização financeira individual ou até mesmo familiar.

O próximo passo que pode ser dado para obter o domínio financeiro pessoal, é traçar metas e objetivos; cada pessoa deve ter em mente exatamente onde está e onde deseja chegar, financeiramente falando. 

Outras alternativas muito válidas para alcançar a organização financeira são:

  • Negociar dívidas, como por exemplo, as dívidas bancárias, que na maioria das vezes é possível receber novas propostas de quitação com taxas de juros menores ou podem até serem extintas; 
  • Entender o seu momento financeiro, saber em qual situação financeira que você se encontra é de suma importância para traçar os meios de chegar onde se deseja;
  • Fazer planilhas de controle, mostrando as entradas e saídas do seu dinheiro, criar projeções e manter a determinação em não dar início a novas dívidas; 
  • Criar uma reserva emergencial – considerando os imprevistos que podem acontecer no dia a dia, ter uma reserva que possa suprir essas necessidades diárias é uma alternativa para você e seu bolso não serem pegos de surpresa. 
  • Se possível, procure meios de fazer uma ou mais rendas extras trazendo formas de ampliar o seu rendimento para potencializar a organização das suas finanças.

Lembrando que um ponto importante a ser citado, é que para manter o ritmo de organização do seu dinheiro, é necessário pensar sempre no futuro e um passo à frente, garantindo uma boa fluidez da sua renda.

Porque é importante a educação financeira nas escolas?

A educação financeira é essencialmente importante para todos, mas oferecer a oportunidade de aprender de maneira adequada a ter consciência do que é o dinheiro e que ele não deve ser gasto sem um planejamento e lidar com as finanças, no período escolar,  será um grande diferencial na vida das crianças e adolescentes.

Segundo pesquisas realizadas no Brasil pela AEF, 45% dos jovens entre 18 e 24 anos, não sabem como administrar suas finanças e têm como consequência disso, seus nomes em inadimplência. 

Ao entrarem no mercado de trabalho, os jovens conhecem as facilidades de cartões de créditos ou crediários sem conhecer suas reais funcionalidades e tarifas, porém quando percebem, já estão endividados, ficando mais difícil ainda voltar atrás e retomar o controle de suas vidas financeiras. 

Por este motivo, ensinar nas escolas como se deve utilizar o dinheiro, evitaria que estes jovens se perdessem tão cedo nas suas finanças pessoais. 

Por esta razão, é de suma importância aprender a lidar com essas finanças desde muito cedo, enquanto frequentam a escola, pois muitos pais também não tiveram tais orientações e não sabem como organizar seu orçamento de maneira saudável, com isso, acabam passando pouco conhecimento a respeito do dinheiro para os seus filhos.

Qual o papel das finanças na qualidade de vida?

Como vimos no início, o conceito de qualidade de vida pode estar relacionado a diversos fatores e varia de pessoa para pessoa. Porém, vivemos atualmente em um sistema que exige das todos um relacionamento bom e direto com o dinheiro, sabemos que para ter condições mínimas de vida e principalmente de bem-estar, como ter uma boa alimentação, uma casa confortável, opções de locomoção, experiências turísticas e gastronômicas, acesso à saúde, educação e lazer de qualidade, devemos ter domínio sobre nossa vida financeira. 

Sem um mínimo de organização neste setor pessoal, torna-se praticamente impossível alcançar tais objetivos, principalmente para quem pretende mudar o padrão de vida ou fazer grandes aquisições como casa, carro e faculdade. 

Além disso, manter o nome longe das listas dos serviços de proteção ao crédito, ou dívidas que coloquem em risco a integridade de seus bens. 

Portanto, considera-se que nem sempre ter muito dinheiro é sinônimo de qualidade de vida, pois sem uma boa educação financeira que reflita sobre as melhores formas de utilizar e aplicar o dinheiro, não oferece muitos benefícios e ainda coloca seu orçamento em risco.